Arantes Pedroso [1854/1856; 1872/1875 e 1885/1896]

10. Arantes Pedroso

O Professor Arantes Pedroso consumiu a maior parte da sua laboriosa actividade na «sua Escola» e na Sociedade das Ciências Médicas, onde não foi apenas o Presidente efectivo, mas era «a própria encarnação da Sociedade, nela tudo se fazia sob o seu influxo».

Na sala do Conselho da Faculdade de Medicina de Lisboa assenta um busto em bronze do Professor Arantes Pedroso, oferta da escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, para consagrar os 45 anos de professor na regência da cadeira de Patologia Externa.

Ver concluída a nova escola, assistir ao incremento do ensino médico com a instalação desafogada que em breve iria ter e pela qual tanto lutou, era seu pensamento constante.

Sousa Martins e Alfredo da Costa em elogios históricos focam Arantes Pedroso como académico, professor e clínico. Eduardo Mota, Curry Cabral e Miguel Bombarda, em palavras mais sucintas deram relevo à autoridade, saber, prudência e fino trato que o impunham no meio científico e social em que vivia.Todavia, a falta de uma obra científica leva Reynaldo dos Santos a considerar que o Professor Arantes Pedroso se notabilizou mais pelo seu ascendente moral do que científico.

Os mais ilustres mestres bateram-se durante décadas até ser promulgada a Lei de Junho de 1866 que «tornou livre no território português o exercício da Medicina aos facultativos pelas Escolas Médico-Cirúrgicas de Lisboa e Porto». Serrano considera que nessa longa luta pela igualdade profissional face aos bacharéis de Coimbra, surge a figura majestática, física, intelectual e moral de Arantes Pedroso.