António Maria Barbosa [1870/1872]

17. António Maria Barbosa

António Maria Barbosa deu uma grande contribuição para as actividades da Sociedade das Ciências Médicas, em momento difícil da sua história. Desempenhou funções diversas por quase duas décadas e foi eleito Presidente (17.º), com mandato de 1870-72.

Teve uma brilhante carreira hospitalar e académica após cursar a Escola de Lisboa, sempre com elevadas classificações, obtendo «carta de médico-cirúrgião» em 1850. Operador muito hábil, cedo adquiriu fama pelas suas intervenções cirúrgicas e pela introdução de muitas técnicas, que representaram progressos científicos de muita valia para a época.

Quando estudante fez experimentar em si próprio a «eterização» como processo anestésico, vindo a publicar os resultados das «impressões sentidas» numa revista farmacêutica e, com isso, influenciando cirurgiões como Teotónio da Silva e outros. A sua carreira de cirurgião foi brilhante, atingindo o lugar de Director de enfermaria, sete anos após a licenciatura, por falecimento de Alves Branco, e o lugar de Lente proprietário na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa dois anos mais tarde.

A sua intervenção na doença da Rainha D. Estefânia acentuou a relevância pública que lhe era atribuída como clínico e levou à sua nomeação como médico do Paço. O prestígio de António Maria Barbosa cruzou fronteiras, recebendo convites para integrar, por distinção, numerosas sociedades científicas europeias, e também galardões e comendas de grande prestígio.

Professor considerado, hábil cirurgião, autor de obra vasta e valiosa, António Maria Barbosa foi, tal como lembrou Manuel Bento de Sousa, «um confrade que muito honrou a arte e a pátria».