Cid dos Santos [1965/1969]
João Cid dos Santos foi um expoente alto da Medicina Portuguesa do século xx. «Um génio», assim o definiu profeticamente o seu mestre René Leriche, com quem havia trabalhado em Estrasburgo durante a sua formação cirúrgica.
Professor universitário, investigador, pensador, parlamentar, artista e criador de discípulos, nunca parou de pensar e de idealizar; predicados que se expressam numa frase que lhe era comum ouvir dizer: «o pensamento não tem horário».
Cid dos Santos, Homem com qualidades invulgares, abraçou as duas culturas de Charles Snow com vigor, pujança física, audácia e insatisfação intelectual.
O livro Cid dos Santos. Personalidade e Obra, editado pelos seus discípulos, oferece uma perspectiva impressionante da sua actividade e valoriza os aspectos mais salientes do seu perfil humanista, da sua rejeição da mediocricidade e da sua enorme capacidade de trabalho.
Impôs-se mundialmente na cirurgia vascular como introdutor da técnica da endoarterectomia, em 1946. As suas descobertas científicas reflectem que nem sempre a investigação clínica é necessariamente dispendiosa e que, por isso, não está impossibilitada de ser bem sucedida em países com recursos mais limitados.
Mantendo com seu pai, o Professor Reynaldo dos Santos, uma estreita ligação, singrou com perfeita autonomia pelas suas superiores qualidades.