João José de Simas [1861/1862]
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- 17-01-2013
O Doutor João José de Simas licenciou-se pela Universidade de Montpellier, doutorou-se em Letras (1836) e também em Medicina (1841). Praticou clínica em Lisboa, com uma vasta clientela e um considerável prestígio, que o exercício de vários cargos públicos ajudou a reforçar.
A opinião do Doutor Simas era muito respeitada em assuntos de higiene pública e hospitalar. A sua competência em assuntos de higiene hospitalar foi aproveitada em sucessivas comissões criadas na época: reforma das dietas, formulário da botica, apreciação das condições necessárias para o internamento dos enfermos.
Conciliava «o dom do enciclopedismo» com as características de homem de acção, o que o fez membro de várias academias médicas estrangeiras, possuidor de várias distinções, condecorações e comendas.
Personalidade forte, intervinha nos diferentes fóruns «com ar incisivo e asserções peremptórias». O interesse que sempre mostrou em contribuir para o progresso da profissão determinou a sua eleição para Presidente da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa. Com o decorrer dos anos, face aos abusos das terapêuticas agressivas e à ineficácia da maior parte dos tratamentos populares da época, tornou-se um clínico partidário da expectação, quase eliminando o uso da medicação farmacológica na sua prática médica. De acordo com um seu biógrafo «não legou à posteridade opulenta herança científica, mas o suficiente para que os seus créditos ficassem defendidos».
José António Marques [1860/1861]
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- 17-01-2013
José António Marques, médico militar, percorreu vários postos da carreira castrense até chegar a cirurgião da brigada por distinção.
Chefiou vários serviços, jubilando-se como chefe da 6.ª Repartição da 1.ª Direcção do Serviço de Saúde da Secretaria de Guerra.
É considerado o fundador da Cruz Vermelha Portuguesa (1865).
Dedicou-se ao jornalismo médico e dirigiu durante muitos anos o Jornal dos facultativos militares, mais tarde substituído pelo Escholiaste médico. As doenças e a morbilidade no exército constituem o seu trabalho mais importante.
Era possuidor de várias condecorações nacionais e estrangeiras. A consideração de que desfrutava nos vários círculos médicos justificou a sua eleição para Presidente da Sociedade de Ciências Médicas, cargo que desempenhou sem grande relevo, mas com agrado geral.
Teotónio da Silva [1856/1858]
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- 17-01-2013
Joaquim Teotónio da Silva, 11.º Presidente da Sociedade de Ciências Médicas, «o Teotónio, o clínico ilustradíssimo, o cirurgião notável das traqueotomias» como Matos Chaves se lhe refere, além de devotado à Cirurgia cultivou igualmente a Medicina, tendo regido Patologia Geral durante oito anos, e granjeado a admiração e a amizade dos seus pares.
Ensaiou a anestesia com o clorofórmio nos animais (1847) e generalizou a eterização dos operados. Realizou a primeira extirpação completa do astrágalo (1875) e as três primeiras utilizações do aspirador pneumático de Dieulafoy no tratamento da retenção de urina (1875).
Foi o primeiro cirurgião que praticou a traqueotomia no croup (1851), realizando, até 1871, vinte e duas intervenções com oito casos de cura. Deve salientar-se que nas discussões sobre os hospitais-barracas no Hospital de São José, criticou fortemente a sua instalação, batendo-se por princípios de higiene hospitalar que evitassem as infecções nosocomiais [sic], importantes ideias defendidas há 131 anos.


