Lourenço Moniz [1845/1847]
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- 17-01-2013
Com formação médica em Edimburgo, Lourenço Moniz, distinto madeirense, aliou brilhante talento parlamentar a uma notável austeridade de carácter. Representou durante dezenas de anos a Madeira no Parlamento, pelo que não chegou a exercer os cargos de Professor e de primeiro Reitor da Escola Médica do Funchal, criada em 1837 e para que havia sido nomeado.
A Sociedade das Ciências Médicas no ano 1845, «após esclarecido que era sócio efectivo» elegeu-o Presidente por unanimidade, sendo Vice-Presidente Magalhães Coutinho. A actividade da Sociedade era muito reduzida, com poucas sessões, escassamente frequentadas e sem trabalho científico. O novo Vice-Presidente Magalhães Coutinho presidiu à Sessão Solene de 22 Agosto de 1846 porque «o Presidente da Sociedade Lourenço José Moniz não estava presente por se achar incumbido pelo Governo duma missão diplomática fora do continente do Reino». E o Presidente seguinte Caetano Beirão considerou em 29 de Março de 1847 aquela missão importante em Africa «donde trouxe uma formosa colecção de História Natural de todos os reinos da Natureza.
Lourenço Moniz não teve qualquer papel relevante na Sociedade, a qual se encontrava quase sem actividade durante o tempo da sua presidência. Ela voltaria a período de prestígio com Caetano Beirão.
Bernardino Gomes [1843/1844 e 1864/1866]
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- 17-01-2013
Bernardino António Gomes foi um muito prestigiado Presidente da Sociedade das Ciências Médicas graças à riqueza e à versatilidade da sua personalidade, que cultivou díspares áreas do saber, da Matemática à Geologia, da Medicina erudita à Higiene Social, da Botânica às Ciências Geográficas. Tudo praticou numa actividade febril de meio século.
Na juventude, política e liberal, após bacharelato em Matemática, cursou os dois primeiros anos de Medicina em Coimbra para se refugiar em Paris onde completou o curso e se doutorou em 1831.
Por influência do Duque de Palmela segue para a ilha Terceira regressando em 1832, sob as ordens de D. Pedro IV, para desembarcar no Mindelo. No cerco do Porto organiza o serviço médico do exército liberal.
Após a vitória de 1834 concorre à Régia Escola de Cirurgia cuja reestruturação profundamente influencia incluindo, o laboratório farmacêutico e horto botânico, ao mesmo tempo que dirige o Hospital da Marinha. Mantém-se na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa até 1857, ano em que pediu a reforma por motivos de saúde.
Recolhido à sua casa em Santarém, ainda aceitou em 1871 a presidência da Comissão para a Farmacopeia Nacional para o que estava particularmente preparado. O naturalista publicou a flora fóssil do terreno carbonífero de Portugal, as árvores que dão a quina nas possessões de África e, em colaboração, o Catalogus plantarum horto botanici medico-chirurgicae Scholae Olysiponensi.
A sua biblioteca com cerca de três mil volumes foi doada à Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa.
Lima Leitão [1838/1842]
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- 17-01-2013
Lima Leitão, Lente de Clínica Médica e Patologia Médica, e também Director de Enfermaria no Hospital de São José foi um dedicado colaborador de Francisco Soares Franco na criação da Sociedade das Ciências Médicas, da qual veio a ser o segundo Presidente, cumprindo cinco mandatos sucessivos.
Adquirira formação médica em Paris, onde chegara em 1805 incorporado no contingente português do exército francês, a qual lhe veio a abrir as portas da carreira na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa.
Ganhou fama a qualidade dos conhecimentos clínicos que transmitia aos seus alunos. Também introduziu a prática das autópsias como método de avaliação dos actos clínicos e de aprendizagem médica.
A sua bibliografia é muito extensa: 60 títulos sobre casos clínicos e novas terapêuticas e vários manuais de ensino. Lima Leitão, dominava o francês, o inglês, o latim e o grego, era cultor de letras tendo publicado interessantes originais de pendor literário e foi autor de traduções cuidadas de obras que considerava merecedoras de divulgação (Eneida, Milton, Virgílio).
No final da sua vida Lima Leitão dedicou-se à homeopatia, abandonando os princípios da medicina científica, facto que lhe trouxe a perda do muito crédito que até então lhe era reconhecido.


